AOS OLHOS DA MÍDIA

Aproveitando-me da mídia sensacionalista – que esta baseada na política de "Pão e Circo", utilizada na Roma antiga para distrair os cidadãos com alimento e lutas de gladiadores, no qual hoje em dia podemos substituir pelos eventos esportivos, culturais, ou pelo caos, tragédia – que nesta ocasião foca suas câmeras sobre o caso de Eliza Samudio, lanço a seguinte questão a todos os leitores:

Qual o individuo na face da terra tem o direito, ou é tão egoísta, a ponto de tirar o direito de viver de outra pessoa?

Direito ninguém tem, mas egoísta todos somos, entretanto a ponto de sufocar uma alma em dor e tortura, sufocando-lhe um suspiro de vida que todos desejamos ter a cada dia que se passa. Atitudes como essas não são nada louváveis, logo não devemos admirar passivamente como mais uma cena que pode ser vivida e esquecida de forma tão banal. E ainda por cima procurando razão para inocentar a pessoa que foi capaz de cometer tal barbaridade, de executar outro alguém de forma tão desumana. Não queria ser Juiz, dentro de um sistema tão falho quanto o do nosso país, não queria ser juiz num caso como esse, porque devido à minha indignação com o fato seria capaz de colocá-lo em prisão solitária, em uma salinha de três metros quadrados, sem direito a banho de sol ou visitas e ainda por cima projetando toda a cena do crime nas paredes da sala para que ele pudesse ver tudo que aconteceu e viver com isso pro resto da vida, sem sequer direito a defesa.

Os advogados que me perdoem, não quero ofende-los ou criticá-los, até porque se fosse o meu trabalho também seria feito, entretanto queria saber o que se passa na cabeça de alguém pra defender um assassino?

Não quero dizer, com toda essa minha falação, que devemos voltar nossos olhos somente para estes casos, que acontecem com pessoas famosas e de repente toda a sociedade acorda num insight de consciência e realidade, mas que devemos olhar as coisas que acontecem em nossa volta, em nossa cidade, em nosso bairro, e que por muitas vezes nos passa despercebidos porque estamos enxergando somente o caso do Goleiro Bruno e seus amigos Macarrão e Coxinha. Não devemos esquecer a tragédia das enchentes que aconteceu nos estados de Pernambuco e Alagoas, não devemos esquecer que na câmera dos deputados tramita a Lei Agrária (que por sinal foi aprovada), não devemos nos esquecer das pessoas que morrem de fome ao nosso redor enquanto esbanjamos beleza com nossas camisas da seleção (Seja falsa, seja original) Brasileira, seja lá qu al for a sua preferência.

Sejamos humanos em nossa vida, mas sejamos em Deus nas nossas atitudes, não sufoque em si o dom de viver, mas também não prive os outros de tê-lo, não roube, não roube os sonhos, as esperanças, a alegria, de cada pessoa. Somos únicos e por sermos únicos façamos valer a pena a nossa breve atuação nesse palco que se chama VIDA!